Selecção Nacional Presente no JWOC2011 Wejherowo, Polónia |
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A prova para a qual me preparei durante a época (preparação essa que não foi tão boa como queria) chegou ao fim e é altura de fazer os devidos balanços e relatar alguns episódios vividos em 11 dias alucinantes.
A viagem para a Wejherowo começava de avião até Amesterdão, depois até Varsóvia e concluísse com uma “pequena” viagem de carrinha. Para variar a viagem não correu como planeado.
O avião saiu de Lisboa cerca de 50 minutos atrasado, o que nos deixou logo apreensivos devido à escala em Amesterdão ser de hora e meia. Chegamos à capital holandesa a hora do voo de ligação, mesmo assim não conseguimos embarcar porque a companhia aérea KLM lotou o avião sem contemplar os nossos lugares (apesar de um senhor que seguia connosco ter entrado no avião e seguido viagem).
Após esta situação seguiu-se o habitual para muitos passageiros: reclamações, garantia de alojamento e voo de ligação o mais depressa possível.
Posso afirmar que até tivemos uma pontinha de sorte. Jantamos bem, dormimos num hotel muito bom e tínhamos voo para Varsóvia às 8horas da manhã. Tudo se encaminhava para fazer um resto de viagem sem percalços, até que chegados a Varsóvia onde estavam as malas? Ninguém sabia. Seguiram-se mais reclamações e lá chegou a esperança.
As malas tinham ficado em Amesterdão e esperava-se que chegassem a Varsóvia à hora do almoço. Mais uma manhã perdida sem puder treinar!
Já com todo o equipamento e a carrinha alugada iríamos percorrer os últimos 400km da viagem apenas dependendo de nós. Mal sabíamos nós que as estradas da Polónia são caóticas, muitos radares, muito trânsito e limite de velocidade reduzido. Chegamos a Wejherowo já perto das 21 horas de quinta-feira (um dia perdido!). Contudo, ainda conseguimos dar uma voltinha muito curta (20 minutos) na floresta com mapa.
Seguiu-se dois dias de adaptação aos terrenos antes do início da competição. Realizamos dois treinos e fizemos os dois model event (Sprint e Longa/Média).
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Mapa Sprint |
Prova essa que não me correu muito bem, perdi demasiado tempo em alguns pontos e acima de tudo não consegui correr rápido num mapa muito bem que misturou parque, floresta e zona urbana num percurso muito bem traçado. Fiquei em 44º a um 1 minuto e 35 segundos do vencedor Lucas Basset (França), o que demonstra que a minha prova esteve longe de ser perfeita. Mas o campeonato estava só agora a começar e no dia seguinte havia nova oportunidade na distância longa.
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Mapa Distância Longa |
A prova de distância longa foi num terreno rápido e muito duro fisicamente, com duas opções longas bastante interessantes. Comecei a prova muito devagar, não me estava a sentir confortável na navegação, soltei-me na pernada longa, mas devido ao tempo perdido fui logo apanhado pelo Andreu Blanes (Espanha) que partia 4 minutos atrás de mim.
Este resultado mostra que é possível obter resultados de relevo neste tipo de competições, basta para isso trabalhar-se mais e melhor, ter estágios em grupo (que está garantido para a próxima época) e realizar um bom trabalho nos clubes dos atletas e a nível individual. Analisar ao pormenor cada momento de um percurso de orientação, sensações sentidas, pensamentos, ritmos é um passo muito importante para se evoluir e que infelizmente ainda não pratico com frequência.
Após a distância longa chegou o dia de descanso, que foi mesmo isso de descanso. Acordamos tarde, vimos uns filmes e no final da tarde fomos rolar com o mapa urbano da cidade onde nos encontrávamos.
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Qualificatória Distância Média |
Quarta-feira, qualificatória da distância média, havia que encarar esta prova como uma primeira parte para a prova do dia seguinte, a final. Comecei a prova a um ritmo médio e assim me mantive, sabia que se não errasse conseguia entrar na final A sem problemas. Contudo, num percurso muito acessível, um erro de 2minutos no ponto 7 colocou-me fora da final, conseguindo apenas o apuramento para a final B. este erro é um dos típicos que é importante analisar; a sensação sentida no momento, como interpretei o mapa e o modo como resolvi o percalço são fundamentais analisar a fundo para que não se volte a repetir no futuro.
Portugal conseguiu colocar dois atletas na final A (Pedro Silva e Luís Silva) um excelente resultado, mas sabia a pouco pois era possível colocar 4 ou 5 atletas nas finais A.
Quinta-feira, final da distância média, levantei-me com o objectivo de ganhar a final B ou pelo menos ficar nos 3 primeiros. Comecei a prova rápido mas muito controlado, ia a fundo para me motivar para a estafeta do dia seguinte, cometi pequenos erros em diversos pontos o que me fez ficar a 2 minutos do vencedor desta final, o que me deu um 9ºlugar na final B.
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Final B distância Média |
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Mapa estafetas (meu percurso brevemente) |
Chegara assim o último dia de competição com a prova de estafetas. A equipa masculina de Portugal foi constituída por o Pedro Silva, pelo Luís Silva e por mim a fechar a estafeta. Esta prova era a qual apostávamos muito e não nos correu bem.
O Pedro Silva comete um erro no ponto antes do espectadores o que faz com que perca o contacto com o grupo da frente que era constituído por 20/25 equipas. O Luís Silva começou bem o seu percurso, mas o cansaço acumulado fez com que não conseguisse acompanhar as equipas principais da Finlândia e da Noruega (na altura atrasadas da frente tal como nós).
Parti então para o meu percurso com vontade de ganhar mais umas posições, mas o início rápido e sem falhar fez com que ficasse com excesso de confiança, tanta confiança que à saída do ponto 6 não verifiquei a bússola nem li o relevo o que fez com que perdesse muito tempo. Depois da relocalização cheguei ao ponto 7 e novamente na saída do ponto sai completamente desviado do ponto 8, mais tempo perdido!O Pedro Silva comete um erro no ponto antes do espectadores o que faz com que perca o contacto com o grupo da frente que era constituído por 20/25 equipas. O Luís Silva começou bem o seu percurso, mas o cansaço acumulado fez com que não conseguisse acompanhar as equipas principais da Finlândia e da Noruega (na altura atrasadas da frente tal como nós).
Após estes dois erros não me consegui motivar e já não consegui correr rápido até ao final.
Podem consultar todos os resultados, bem como fotos, vídeos, entre outras coisas em www.jwoc2011.pl
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Cartaz de Apresentação da selecção Masculina |
Apesar de muitas coisas boas que aconteceram quer a qualificatória da distância média quer as estafetas são duas provas para analisar muito a sério para não se cometer os mesmos erros no futuro.
A prova de estafeta foi uma grande lição para todos nós, pois mostrou-nos que temos que trabalhar muito e acima de tudo temos que reflectir se queremos mesmo ser atletas reconhecidos internacionalmente na orientação. Está provado que para obter resultados a nível internacional todo o treino ao longo da época tem que ser focado para o objectivo JWOC, não nos podemos contentar com um título nacional ou uma vitória na taça de Portugal.
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